sábado, 19 de dezembro de 2009

HEPATITE C,RISCOS E PREVENÇÃO



O tratamento contra hepatite C deve ser acompanhado pelo médico
Você sabe como se prevenir da hepatite C?
» Conheça os riscos e os cuidados contra hepatite

Uma doença silenciosa e ainda desconhecida por muitas pessoas. Assim pode ser definida a hepatite C. Estima-se que de 3 a 4 milhões de brasileiros possuam o vírus da doença, que nem sempre apresenta sintomas e, na maioria das vezes, é transmitida pelo contato com sangue contaminado. Isso pode ocorrer de forma aparente, quando se compartilham seringas, objetos de higiene pessoal como lâminas de barbear, alicates de unha ou cutícula, escovas de dentes, uso de utensílios médicos e odontológicos mal esterilizados. E há ainda aquele contato com sangue sem que a pessoa se dê conta disso, ou seja, numa atividade corriqueira e casual como, por exemplo, ir a uma manicure descuidada.

Já a transmissão por via sexual ou pela gestante ao seu bebê é desprovida de relevância, ressaltou durante a entrevista ao Terra o médico Evaldo Stanislau Affonso de Araújo, professor-doutor da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas de São Paulo. "Dessa forma, o convívio social e mesmo sexual, deve ser feito de forma a evitar a discriminação e o preservativo é uma opção do casal, não uma obrigatoriedade. Na gravidez o risco de transmissão ao bebe é mínimo, tanto pelo parto quanto pelo aleitamento. A recomendação é evitar a gravidez durante o tratamento ou seis meses após o término. A única situação em que o risco aumenta é quando a gestante também é portadora de HIV."

Um dos grandes problemas da doença é que o vírus só foi descoberto em 1989, e os testes para sua detecção só se tornaram obrigatórios no Brasil a partir do início dos anos 90. "Todos que receberam transfusão de sangue ou derivados por essa época podem estar infectados", afirmou o médico. Segundo ele, conhecendo como a infecção é contraída, controlando-se o sangue - através de exames - e educando as pessoas para reduzir o risco de contágio, é possível ter uma redução de novos casos.

De cada 100 infectados, estima-se que seis ou sete vão progredir para a necessidade de um transplante de fígado ou vão morrer por complicações hepáticas. "Isso significa dizer que a cada 100 pessoas com a doença, 94 delas terão uma vida plena, quase sem problemas. Para grande parte dos pacientes, a melhor conduta será o monitoramento da infecção sem a necessidade de medicamentos, assim a vida será praticamente normal", comentou.

Sintomas
A doença é na maioria dos casos assintomática, mesmo quando em fases avançadas. Eventualmente sintomas inespecíficos, como cansaço, podem ocorrer, mas definitivamente aquela imagem estereotipada do olho amarelo, urina escura, é folclórica e não é a regra. O diagnóstico depende da realização de exames de sangue, inicialmente sorologia (que pode ser feita até por um teste de ponta de dedo - parecido com o exame para avaliar a glicemia), e depois, confirmatórios (através da Biologia Molecular), os "populares" PCRs - uma sigla do inglês para Reação em Cadeia da Polimerase.

Consequências
A hepatite C pode causar outras doenças, 25% dos cronicamente enfermos podem desenvolver cirrose e desses, outros 25% poderão desenvolver cirrose descompensada ou câncer de fígado. Nesse caso o transplante de fígado é indicado. Existem ainda manifestações extra-hepáticas que podem se externar por alterações renais, cutâneas, articulares ou neurológicas. Outra alteração relativamente comum é a redução da contagem de plaquetas, um indicativo de cirrose hepática.

Tratamento
A terapia se divide em não-medicamentosa e medicamentosa. Todo paciente com hepatite C deve evitar agredir ainda mais o seu fígado. Dessa forma, álcool é extremamente proibido. Um estilo de vida saudável é recomendável, com peso saudável, controle de diabetes (glicemia) e da resistência a insulina, fatores que hoje contribuem para maior agressão hepática e que diminuem a resposta ao tratamento. O tratamento é longo, podendo variar de 12 a 72 semanas.

Prevenção
As vacinas ainda estão sendo pesquisadas, tanto para prevenção quanto para o tratamento. A prevenção, portanto, passa pela não exposição a comportamentos de risco e políticas de fiscalização sanitária rigorosa. Pequenas atitudes, como a utilização de um instrumental de manicure próprio e a escolha de profissionais que sejam rigorosos no cumprimento de regras sanitárias, podem fazer muita diferença.

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